Como a Ideologia Apaga a Consciência
- capitaoleonelcarla
- 25 de ago.
- 2 min de leitura
Uma experiência ruim e perturbadora é a de tentar convencer indivíduos de algo, tocar na consciência, quando já trocaram a sua personalidade genuína, original e verdadeira por um estereótipo de grupo ou de uma ideologia.
Podemos mostrar realidades óbvias, apresentar fatos, porém não teremos efeito algum, pois esses indivíduos só enxergam aquilo que lhes convém. Trocaram a flexibilidade da inteligência por um conjunto de imitação fixa de palavras e emoções, despertadas sempre para a defesa do grupo ou ideologia que defendem.
No início, não é necessariamente uma troca definitiva. O indivíduo utiliza esse estereótipo como identidade, uma espécie de chave de acesso ao grupo que deseja pertencer. Com o passar do tempo, ele se sente “mais humano”, sente-se parte do grupo, e a repetição constante das palavras, emoções e trejeitos do grupo faz com que sejam substituídas as percepções diretas e verdadeiras da realidade. O indivíduo passa a imitar a forma de falar, os gestos e os valores. Nesse ponto, pode-se dizer que trocou sua individualidade por uma imitação.
Essa transformação é ainda mais forte quando o grupo ao qual pertence tem forte apelo emocional, geralmente apoiado em sentimentos de exclusão. Quanto mais exageradas as queixas, mais fornecem ao militante ferramentas e apelo emocional para a defesa da causa. Inevitavelmente, o amortecimento da consciência traz junto a diminuição da inteligência intuitiva e, com isso, a perda da capacidade de perceber os fatos da realidade.
Deste ponto em diante, qualquer tentativa de mostrar a verdade será em vão. O indivíduo está coberto por camadas de interpretações falsas e artificiais, criadas para expressar apenas as paixões do grupo. Ele sente que fala a verdade quando, na realidade, apenas reproduz o discurso coletivo. O pior é que quanto mais cego e sem personalidade este indivíduo, maior tende a ser sua liderança. E é nesse estágio que a loucura e o mal se proliferam.
Esses indivíduos já não raciocinam a partir dos fatos da realidade, mas daquilo que imaginam ou sentem. São capazes de aumentar ou diminuir fatos e situações conforme convém ao grupo, quase sempre desconectados da realidade. Por exemplo, quando um Presidente, blindado pela grande mídia, se compara a Jesus Cristo ou a Tiradentes, não consegue se perceber: se enxerga como personagem, uma fantasia criada pela propaganda partidária, acreditando que esse herói é ele mesmo.

E o pior, não tem como explicar poisa queles que tentam mostrar a verdade são os mesmos que são vistos como inimigos mortais, adversários a serem destruídos. O grande número de pessoas e grupos neste estágio, principalmente ocupando espaços de liderança, significa nada menos que a degradação da sociedade e a proliferação incontrolável da mentira.

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